A diretoria de Construção da Arena dos Paranaenses concedeu uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (24), na Sede Administrativa do CAP. O Diretor de Projetos e Construção do CAP, o Arquiteto e Engenheiro Luiz Volpato, apresentou um balanço sobre o cronograma, orçamento e os principais marcos do final da obra de reforma e ampliação da Arena para a Copa do Mundo de 2014.

Volpato fez um histórico a partir da escolha de Curitiba como cidade-sede da Copa, no dia 31 de maio de 2009, até o presente 18 de fevereiro, quando a cidade foi reconfirmada pela FIFA como sede.

Neste período, o diretor construtor explicou o orçamento da Arena. “Em outubro de 2010 tínhamos um projeto básico e orçamento era de R$ 184,6 milhões, acrescidos da inflação (atualizada pelo CUB 40 meses) o orçamento naturalmente aumentou para R$ 265 milhões. Hoje, com o detalhamento dos projetos, adequações para atendimento a requisitos da FIFA, incorporação dos custos pelos reforços da estrutura metálica e fundações em função do projeto da cobertura de vidro com células fotovoltaicas, em parceria com a Copel, que por motivos de prazo não pôde ser realizado neste momento, o orçamento final da obra, já com a validação da Pricewaterhouse, é de R$ 330 milhões”, disse, complementando a sua resposta. “A obra está sendo feita a preço de custo, então não há margens. Existe uma taxa de contingência e os números só se confirmam, quando uma obra é feita a preço de custo, quando ela realmente estiver terminada”.

Volpato também falou sobre as adequações de projetos e outros pontos que reajustaram o orçamento. “Na plataforma da FIFA, foram muitas adequações. Por exemplo, tivemos que aumentar o número de lugares, com isso eliminar as torres. Por isso, o dimensionamento das fundações, da estrutura de concreto e da estrutura metálica sofreram acréscimos impactando diretamente no orçamento. Tivemos também os custos fixos mensais adicionais referentes ao aumento de prazo da obra, inicialmente previsto para março de 2013″.

Além da parte de orçamento, foi destacado o custo por assento da Arena. “Aqui, o prédio de imprensa e garagens fazem parte da estrutura do complexo, enquanto na maioria dos estádios são instalações a parte. O custo incluindo os dois itens, é de R$ 7.863,00 por assento, já o custo médio dos demais estádios da Copa é de R$ 11.545,00 por assento”.

Atrasos e recursos

O diretor esclareceu sobre os atrasos e liberação de recursos. “O que ocorreu de fato que realmente mexeu no prazo da obra? Em 31 de maio de 2009,  Curitiba foi selecionada como cidade-sede. Em setembro de 2010, o Estado, Município e CAP firmam o convênio. Em dezembro, é sancionada a lei que autoriza o FDE a financiar”, disse.

“Somente em janeiro de 2013 que o BNDES liberou a primeira parcela do financiamento. Até este momento, os recursos na obra eram os R$ 17,8 milhões que o Atlético entrou para poder seguir com a obra e os 30 milhões do Estado que eram correspondentes ao valor do acordo. O valor expressivo que entrou foi apenas no dia 14 de janeiro de 2013 em conjunto com a programação de novos desembolsos”.

Volpato lembrou dos problemas ocorridos durante o andamento da obra. “Aconteceram uma sucessão de fatos que influenciaram de forma decisiva no cumprimento do cronograma. No dia 27 de junho de 2013, o Tribunal de Contas do Estado suspendeu o repasse da verba, alegando que o avanço físico não estava compatível com o avanço financeiro, que logo depois foi comprovado e terminou a suspensão”.

“Em outubro tivemos a paralisação da obra pelo Ministério do Trabalho. Apesar de serem apenas seis dias efetivos parados, nós ficamos 30 dias lidando com isso, em muitos momentos sem saber o por quê, pois o nosso histórico de acidentes não condizia com uma paralisação completa. Outros estádios tiveram óbitos e foram apenas alguns setores paralisados. Aqui foi completa. Isso foi um golpe forte no cronograma”.

“No dia 13 de dezembro tivemos a paralisação da obra por falta de recursos, com operários fazendo greve. Foi na inspeção do engenheiro Charles Botta, do dia 14 de janeiro, que a crise foi deflagrada, quando informamos das dificuldades de avanço provocadas pela falta de recursos, com isso, surgiu a reunião do dia 21 de janeiro e foi nos dado até o dia 18 de fevereiro para comprovarmos que o estádio estaria apto a receber os jogos da Copa. Nesse momento foi instalada a comissão para verificar a situação da obra. Em 23 de janeiro, já como resultado da reunião e comissão – que constatou que o grande problema era o fluxo de caixa – houve a liberação da última parcela do terceiro contrato. Com esse dinheiro em caixa foi possível a grande retomada”, explicou.

Volpato lembra ainda que conforme havia sido prometido na reunião na Costa do Sauípe, a CAP S/A comunicaria a FIFA caso as questões de repasse não fossem resolvidas em 30 dias, e assim o fez no dia 14/01/14.

Principais marcos futuros:

No final da apresentação, o diretor de Projetos e Construção mostrou as datas principais até a entrega total da obra, prevista para o dia 30/04.

- Colocação dos placares – 10 de março
- Estrutura de concreto – 15 de março
- Cobertura (Principal e laterais) – 20 de março
- 1º jogo-teste – 23 de março
- Assentos – 30 de março
- Iluminação do campo – 05 de abril
- Prédio de imprensa – 20 de abril

Com a confirmação dos recursos conforme previstos pela Comissão:

Entrega Obra – 30 de abril
Assista a coletiva na íntegra.

Estiveram presentes na entrevista coletiva o Diretor de Projetos e Construção do CAP,  Arquiteto e Engenheiro Luiz Volpato, o arquiteto master, Carlos Arcos, a engenheira Juliana Junqueira (Planejamento – MCA), os engenheiros João Riskalla (Gestão de obras- Construtora Riskalla), Marcelo Zambom (Responsável Técnico),  Roberto Dumas (Instalações elétricas – Paralelo), Ernesto Henriques (Responsável pelo gramado – Oficina do Verde – Campanelli), Milton Yoshinaga (Estruturas metálicas – Sge), Carlos German (Obras civis – Dória Construções), Cassio Pisseti (Cobertura e fachadas – Engepoli), Christian Herrera (Ti – Automação – Acessos – CFTV – NEC) e  Luiz Omiro (Ar Condicionado – GoodServ).

Fonte: Arena CAP S/A